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A ERA DAS INCERTEZAS E O INCERTO

No dicionário, “incerteza” significa: estado ou caráter do que é incerto. Olhando o cenário global sob a perspectiva do hoje, estamos vivendo a plenitude de um estado de incertezas. Percebe-se nitidamente o caos e o colapso do planeta e, talvez, da própria humanidade. Vivemos tempos difíceis: guerras, tragédias e ignorância. Para muitos, chegamos ao fim de nós mesmos! “Incerteza” significa, ainda: caráter do que é incerto; hesitação, indecisão, imprecisão. Fico, então, com essas três proposições da dúvida. É sobre elas – temporais e perigosas – que, como Presidente da Regional São Paulo, escrevo o editorial do último número de 2024 da Revista Abigraf. A falta de certeza, para muitos é assustadora. Sufoca, mata. E pode travar e corroer um setor, uma atividade econômica, um país, uma nação, a ideia de um planeta azul justo e fraterno. No último editorial “O elo da criação na indústria gráfica”, escrevi: “A robotização jamais substituirá o elo da criação”. Um alerta sobre o fenômeno da chegada da Inteligência Artificial, que veio para ficar e gerou, no universo criativo, pânico e medo, máquinas dominando o mundo, desemprego, falências, escravidão da humanidade etc. Depois do susto ou de uma tragédia – tem sido assim, quase sempre – nós, os humanos, solidários e frágeis, renascemos das próprias cinzas e reconstruímos, de modo igual ou diferente: a vida como ela é. Sobre as incertezas, talvez: hesitação pela melhor escolha; indecisão sobre qual desafio abraçar e seguir em frente; imprecisão por medição, valor, trabalho e esperança. Reflexões, nada mais. Desconfio da exatidão das palavras. Elas – é o que dizem os poetas – quando fora do contexto, da razão e da emoção, são armadilhas perigosas. Fênix – a que renasce das próprias cinzas – é imortal na história, na nossa história, enquanto dure. Assim será. Acredito na brevidade do caos, do colapso e da morte.

João Scortecci