Gosto de máquinas de escrever. Coleciono algumas. Gosto do Barulho das teclas no papel e da simplicidade funcional do ato de imprimir: basta teclar! A minha primeira máquina de escrever foi uma portátil Hermes Baby, vermelha, novinha em folha. Tive outras: Remington, Olivetti, Hermes, IBM, Facit e Olympia. Hoje, guardo no memorial da Scortecci uma Olivetti – que tem história - e uma Hermes Baby, branca, que ganhei de presente. O dinamarquês Malling-Hansen (Hans Rasmus Johan Malling-Hansen, 1835 - 1890), diretor do instituto dinamarquês para surdos e mudos em Copenhague, é famoso por inventar a primeira máquina de escrever produzida comercialmente (180 máquinas, aproximadamente): a incrível Bola de Escrita Hansen (“Hansen Writing Ball”). A máquina foi inventada em 1865, patenteada e colocada em produção em 1870. Por sua invenção, Malling-Hansen recebeu vários prêmios. A Hansen já apresentava todos os refinamentos das máquinas de escrever dos anos 40-50: barra de espaço, retorno automático de carro, espaçamento entre linhas, índice para parágrafos ou linhas recuadas, campainha para sinalizar o fim da linha, reversão de fita e - por último, mas não menos importante - escrita visível ao elevar o mecanismo de digitação. Aqui com as minhas teclas poéticas: desconheço computador que toque campainha para sinalizar o fim da linha e desperte no coração o desejo de teclar, teclar e teclar, os versos imortais do poema sem-fim, enquanto dure! Já disse: gosto do barulho das teclas no branco do papel e da simplicidade funcional do ato de imprimir: basta teclar!
João Scortecci
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