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SELLERS, CHAPLIN E TODAS AS GARGALHADAS SUBITÂNEAS


O escritor mineiro Fernando Sabino (1923 - 2004) um dia me disse: “Gosto de quem gosta de mim”. Adotei a sina e, desde então, pratico com simpatia - e desavisado de tudo - a máxima. Sofre-se menos, ama-se mais! Gosto das pessoas que me fazem rir, desbragadamente. Rir, rir mesmo. Admiro as pessoas engraçadas - por natureza ou espírito - e, por empatia, as almas carrancudas, sisudas, mal-humoradas que, do nada - de pá e lua - ou por um toque qualquer, caem no gargalhar incontrolável. Dois comediantes - ambos ingleses - são referências do riso. Peter Sellers (Richard Henry Sellers, 1925-1980) e Charles Chaplin (Charles Spencer Chaplin, 1889-1977). No filme “Being There” - “Muito Além do Jardim” ou “O Videota”, de 1979, com roteiro de Jerzy Kosinski -, Peter Sellers me faz, até hoje, urinar nas calças, literalmente. Chaplin é o maior de todos e, até hoje, o melhor das risadas inesperadas. Destaque para os filmes: “O Garoto”, “Luzes da Cidade”, “Tempos Modernos”, “Luzes da Ribalta” e, o melhor de todos: “O Grande Ditador”. Chaplin, faleceu em 25 de dezembro de 2004, no dia de Natal, aos 88 anos de idade, na Suíça. Em março do ano seguinte, seu cadáver foi roubado da sepultura, com caixão e tudo. Dois meses depois, uma grande operação policial capturou os criminosos e também o caixão, encontrado enterrado num campo em Noville, perto do Lago Léman, na França. Charles Chaplin considerava o cinema uma arte essencialmente pantomímica: teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior uso de gestos, expressões faciais e movimentos corporais, por meio da mímica. É a arte de narrar com o corpo. Minhas gargalhadas - as inesperadas - são assim: imprevistas, repentinas, inopinadas. Trágicas. Essencialmente, poéticas. E subitâneas.

João Scortecci