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“GALÁXIA DE GUTENBERG” EM EXPANSÃO

O canadense Marshall McLuhan (Herbert Marshall McLuhan, 1911-1980) foi educador, filósofo e teórico da comunicação, conhecido por vislumbrar a Internet, quase 30 anos antes de ser inventada. Ficou também famoso por sua máxima “O meio é a mensagem” e por ter cunhado o termo “aldeia global”. McLuhan foi um pioneiro dos estudos culturais e filosóficos sobre as transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações. Desenvolveu uma série de conceitos que alcançaram grande fama, foram amplamente divulgados e têm sido revisitados por pesquisadores da comunicação, na atualidade. Em 1962, publicou “A Galáxia de Gutenberg”, um estudo dos caminhos desde a cultura manuscrita até à impressa. Nesse livro polêmico, afirma que, até ao advento da televisão, vivíamos na "Galáxia de Gutenberg", em que o conhecimento era entendido apenas em sua dimensão visual. Esse redimensionamento, por um lado, possibilitou a difusão do conhecimento, mas, por outro, reduziu a comunicação a um único aspecto, o escrito. Foi a partir de "Galáxia de Gutenberg” que se difundiu o termo “aldeia global”. Nesse livro, McLuhan explica como a tecnologia da informação - principalmente a mídia impressa - afeta a organização cognitiva dos indivíduos e como isso afeta a totalidade da organização social. Afirma, ainda, que as tecnologias não são simplesmente invenções que as pessoas utilizam no dia a dia, mas são os meios pelos quais as pessoas são “reinventadas”. Discordo. Acho a proposição artificial, robótica, desumana, catastrófica, sem saída e infeliz. “Aperte o botão de reiniciar - ganhe uma vida nova - e seja feliz!” E as nossas experiências, nossos desejos, nossos sonhos, nossas heranças espirituais e legados? “Deletar” a vida? Não quero “reinventar-me”. Não precisamos nos reinventar! Juntos, podemos escolher melhor, mudar destinos, compartilhar ideias, criar opções, melhorar a vida, justificar fatos, aprender e ensinar, amar, compartilhar vontades, perdoar e sonhar um mundo melhor. Nossa natureza depende também do meio. E a mensagem é a esperança.

11.09.2021