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DAS ÁRVORES DA SOBERBA E O TEMPO

Sou um colecionador de tudo. Fiz isso: sempre! Copiei a foto de um post no Facebook. Babei a estampa. Creio ser verdadeira - não montagem - e fico aqui com os meus ossos imaginando o trabalho que deu “arquitetá-la”. Contei: oito escadas, trinta e três homens e uma árvore de galhos, sem folhas.  O lugar? O ano? Desconheço. Tenho um amigo historiador de nome Armando Alexandre - residente na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo - que pergunta, sempre: "A sua família tem uma árvore?" A pergunta - inesperada - surpreende. De cara as pessoas imaginam uma grande árvore do jardim, do sítio, fazenda, da praça, do parque ou do tempo da memória: plantada e regada por muitos. "Árvore genealógica!" Explica. Aqui cabe uma canção - cantada e marchada pelas crianças no Dia da Árvore, 21 de setembro: “Marcha soldado cabeça de papel se não marchar direito vai preso no quartel (...)”. “Somos partes de uma herança física e espiritual.” Explica. Ainda no melhor do post levei os números mágicos: Somos fruto de 11 gerações. 4094 ancestrais e aproximadamente 300 anos de sangue, suor, amor e lágrimas: 2 Pais, 4 Avós, 8 Bisavós, 16 Trisavós, 32 Tetravós, 64 Pentavós, 128 Hexavós, 256 Heptavós, 512 Oitavós, 1024 Eneavós e 2048 Decavós. Uma proposição curiosa e oportuna: ciência dos “causos, segredos, fofocas e mistérios” da família. Um exercício capital: Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Inveja, Preguiça e Vaidade (Soberba). Para o teólogo São Tomás de Aquino, a soberba - rainha de todos os pecados - é um pecado tão grande que deveria ser tratado em separado dos demais pecados capitais. O que diz: A Soberba tem haver com o próprio ego! Além da questão estética, implica: narcisismo, arrogância e orgulho. A virtude oposta é a humildade: Somos partes de uma herança física e espiritual e nada mais. 

João Scortecci