As palavras têm sápido. E gosto. E cheiro. E vida. Quando tocadas - provocadas - explodem. Núcleo e cosmo. Manifestações de raiz! Quando expandidas são afixos de luz. Afixação de sápidos. Tempero! Perfume de corpo: igual sempre. Na poética dos prefixos vale o início do começo. Lança certeira no alvo. E punge. No cosmo das cicatrizes - adiante - entre todos e Eu - os sufixos do fim. Tudo vale. Até os simplórios: infixos do medo e redobros da morte em apofonias. Fonias. Timbres. Vozes. Tudo é gosto sápido. Assimilação de almas. Gritos no varal da rua. Alguém - desassossegado - declama Pessoa. Que fôlego. Particípio em escutar o delírio do meu silêncio febril. Cunhas radicais na carne da razão. Qual raiz eu me dou? Sou árvore do campo e também flor do asfalto. Jardim de radicais.
14.06.2020