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RELENDO PAPEL ANTIGO DO ACASO

Livro de encontros e do acaso. Eu e Ele. Anotações de rabisco e versos de rodapé beirando páginas e final de capítulo. Um livro assim não se vai fácil. Fica no engodo da paixão. Guarda-se na pele: no toque. Livro assim não se despede nunca: cria raízes e corpo. Livro assim é vida de amor e de histórias. Observo nas suas asas e entranhas, traços borrados de dor e outros mundos, molhados de sal e sangue. Lágrimas? Talvez. Versos do passado de antigamente. Quando? Não sei. Observo, ainda, o acaso inteiro dentro do hoje. Meus olhos são curvas de rodapé, beiradas de papel, cheiros, palavras segredadas no pequeno desejo poético. Releituras. Eu e Ele.  

João Scortecci