Conheci o “Panthéon de Paris” no ano de 2010. Monumento estilo neoclássico localizado no monte de Santa Genoveva, no 5.º arrondissement de Paris. Os arrondissements de Paris correspondem a uma divisão administrativa que decompõe a comuna de Paris em vinte arrondissements municipais, em pleno Quartier Latin. Desejos parisienses: visitar o túmulo do poeta, Victor Hugo (Victor-Marie Hugo, 1802 - 1885), autor de “Les Misérables”, conhecer a catedral de “Notre-Dame", a Biblioteca de Santa Genoveva - com sua arquitetura interna com arcos em ferro aparente - e, por fim, conhece a “Sorbonne Université”. Impossível: tudo num mesmo dia! Optei, então: pela Sorbonne Université e a cripta de Victor Hugo, no “Panthéon de Paris". Foi o que fiz. O romancista, poeta e dramaturgo francês Victor Hugo passou a infância entre Paris, Nápoles e Madrid. Considerado um menino precoce, tendo sido, em 1817, aos 15 anos de idade, premiado pela Academia Francesa, por um de seus poemas. Em 1821 publicou seu primeiro livro de poesias, “Odes et poésies diverses” (Odes e Poesias Diversas), com o qual ganhou uma pensão, concedida por Luís XVIII - Luís, o Desejado, e em 1822, publicou o seu primeiro romance, "Han d'Islande" ("Hans da Islândia"). Em 1825, aos 23 anos, recebeu o título de “Cavaleiro da Legião de Honra” e, junto com outros escritores, ajudou a criar um “Cenáculo” literário. “Cenáculo” - que significa sala de refeições - é o termo usado para o local onde ocorreu, de acordo com os cristãos, a “Última Ceia” e onde hoje se encontra um grande templo, no Monte Sião, em Jerusalém. Um “cenáculo” de escritores! A ideia - iluminada - levou-me, então, de “corpo e alma” até o filme “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), do gênero drama, dirigido por Peter Weir, escrito por Tom Schulman e estrelado por Robin Williams. Uma sociedade secreta! Victor Hugo morreu em 22 de maio de 1885, aos 83 anos de idade. De acordo com seu último desejo, seu corpo foi enterrado no mausoléu do “Panthéon de Paris”, ao lado de Voltaire, Rousseau, Marie Curie, René Descartes e Alexandre Dumas. Visitá-los foi memorável. Na tarde daquele mesmo dia, no por do sol de Paris, sente-me defronte do Panthéon e lá fiquei, entregue, até a vida escurecer de vez e me levar, perdido.
João Scortecci