Sou doido: mas não sou louco! É o que penso. No máximo um ogro – criatura mitológica do folclore europeu – enlouquecido. Em pesquisa antiga, do ano de 2012, feita pelo Instituto Britânico, li isto: “Crianças preferem o Google aos pais para tirar dúvidas”. Até aí, nenhuma surpresa. Eu já sabia! O Google substituiu, com propriedade, as enciclopédias Barsa e Britânica. O que assusta na pesquisa do Instituto Britânico de 2012 são os números: 34% das crianças do mundo não acreditavam que seus pais fossem capazes de ajudá-las a fazer o dever de casa e 14% não achavam seus pais inteligentes. E agora com a IA? Ferrou! Confesso, sem remorso: não fui capaz de ajudar meus filhos, quando crianças, com a lição de casa. Até tentei, juro. Optei pela contação de histórias mirabolantes, que guardei no coração, contadas pelo meu pai Luiz e pelo meu avô Batista, o Batista da Light. Na hora de dormir, contava uma aventura, até o dia em que minha filha Patrícia – esperta que só ela – disse-me: “Pai, você está inventando!”. Então, desisti. Percebi que ela havia crescido. De volta à pesquisa. Fiquei cabreiro – mesmo – com os tais 14% que não achavam seus pais inteligentes. Burros, na verdade! Aqui cabe o que mamãe Nilce dizia: “Santo de casa não faz milagre!”. E pensar que a pesquisa do Instituto Britânico é antiga, do ano de 2012. Doideira, né? Hoje – no ano de 2025 – esse número já deve ter ultrapassado 80%. Lembrei agora do “Papai Sabe Tudo” (“Father Knows Best”), seriado de televisão de muito sucesso transmitido no Brasil na década de 1960, pela TV Tupi, estrelado pelo ator Robert Young, no papel de Jim Anderson, um pai simpático e sabichão de uma família “feliz”. Naquela época ainda não existia o Google, e a IA era, até então, uma ideia do futuro. Bons tempos!
João Scortecci