A “Antologia Palatina” é uma coleção de poemas – na maioria, epigramas –, escritos durante os períodos clássico e bizantino da literatura grega. A antologia foi descoberta em 1606, na Biblioteca Palatina em Heidelberg, na Alemanha. Baseia-se na coleção perdida de Constantino Cefalas – estudioso bizantino conhecido como o compilador da “Antologia Grega” – do século X –, que, por sua vez, baseava-se em antologias mais antigas. Os poemas são curtos, de dois a oito versos no geral, escritos para serem gravados em lápides ou votivas. Epigrama é uma composição breve, poética e satírica, que expressa um único pensamento principal. Popularizou-se como epitáfio, quando colocado sobre objetos, estátuas, mausoléus, lápides ou tumbas. Os “sobre a tumba” são geralmente gravados em placas de metal ou pedra. Epitáfios de gente famosa: “Se eu não vivi mais, foi porque não me deu tempo.” (Marquês de Sade); “Estive bêbado muitos anos, depois morri” (Scott Fitzgerald); “Voltarei e serei milhões.” (Evita Perón); “O melhor ainda está por vir.” (Frank Sinatra); “Os filósofos têm interpretado o mundo de várias maneiras. O ponto, contudo, é mudá-lo.” (Karl Marx); “Isso é tudo, pessoal!” (Mel Blanc); “E agora, vão rir de quê?” (Chico Anysio); “O tempo não para.” (Cazuza). Eu tenho – desde sempre – o meu epitáfio: “Faço da minha vida de livros um poema sem-fim.” E que façam, então, a última vontade do morto. Machado de Assis escreveu: “(...) gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou”. Uma questão sob julgamento: quero ser cremado e isso parece ser um problema a ser resolvido, talvez.
João Scortecci
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