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O PRÍNCIPE MAQUIAVEL, PAPAI NOEL E RALF DAHRENDORF: ERROS SE CONSERTAM!

Li o “O Príncipe” do poeta e filósofo fiorentino Nicolau Maquiavel (1469 - 1527) nos anos 1972 e reli - no início dos anos 1982 - quando por alguma razão estudava o assunto “indivíduos na sociedade: papel social” e o conjunto de normas, direitos, deveres e explicativas, que condicionam o comportamento dos indivíduos junto a um grupo ou dentro de uma instituição na obra do sociólogo alemão Ralf Gustav Dahrendorf (1929 - 2009). Aqui fica o registro: Dahrendorf é o “cara”, aquele que me salva quando Maquiavel me tira o sono. Os políticos – todos, sem exceção - adoram seguir sua cartilha de malvadezas e estratagemas. A lista de “sentenças” de Nicolau Maquiavel - Papai Noel do saco roxo - é extensa e digna de pesadelos. Aqui cabe outro registro: “pesadelo é para quem está devendo!” Maquiavel, anda profícuo e mais atual do que nunca. Algumas máximas do príncipe florentino: “Faça de uma vez só todo o mal, mas o bem faça aos poucos.” “O que depende de muitos costuma não ter sucesso.” “Nunca faltarão ao príncipe razões legítimas para burlar a lei.” “Um governante eficaz não deve ter piedade.” “É mais seguro ser temido do que amado.” E a mais cruel de todas: “O príncipe político que desejar ter sucesso em seu empreendimento deve partir da regra de que as pessoas são más e que na primeira oportunidade elas demonstrarão essa maldade, geralmente traindo o seu superior.” É quando tudo está “quase perdido” que Ralf Gustav Dahrendorf – o salvador - me acolhe por dentro e fala com o que de melhor plantou no meu coração selvagem: "Nada mais antiliberal que a utopia, que não deixa lugar para o erro e nem para a correção". O que faço? Continuo acreditando nos indivíduos em sociedade - na democracia - e no conjunto de normas, direitos e deveres de um povo justo e fraterno. Erros se consertam! Defeitos se corrigem! O perdão salva! Papel Noel não existe, mas faz falta, vez por outra.

João Scortecci