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OVOS DE GALINHA E OS NÚMEROS DO IBGE

Sou fã do IBGE. Está tudo lá: números sobre o Brasil. Quando vejo na imprensa um número estranho – provavelmente errado – consulto o endereço do IBGE, na Internet. Fácil e prático. Nos anos 1980 – na época aluno do Mackenzie - meu professor de “Estatística” dizia sempre: O segredo é saber interpretar os números! Guardei a dica. Os números – vez por outra - mentem ou enganam, tanto faz. Lendo sobre a produção anual de ovos de galinha alguém escreveu: O consumo anual de ovos de galinha em 2022 foi aproximadamente de 4,9 milhões de dúzias. Estranhei. Fiz a conta: 4,9 milhões x 12 (dúzia) = 58,8 milhões de ovos. Para uma população que “adora” ovos, alimento completo - vitaminas, gorduras boas e minerais - e relativamente barato, a conta não bate, passa longe. Fazendo as contas: 58,8 milhões de ovos para uma população estimada em 210 milhões, daria, então, 0,28 ovos por habitante. Impossível. Busquei, então, o endereço do IBGE, na Internet. Achei. A informação, a princípio, parecia correta. E os meus 730 ovos/ano? Olhei, olhei, até que - acidentalmente - encontrei o erro, passando o mouse nos números do gráfico: 4.886.564 mil dúzias. O jornalista – acontece – não viu que eram “mil dúzias”, o que corresponde - aproximadamente - 58 bilhões de ovos/ano, 280 ovos/ano, por habitante. Ufa! Estou - os números não mentem - 2,6 vezes acima da média. Hoje - 4h30 da manhã, no café de todos os dias -, pensei em bater 3 ovos jumbo. Desisti. Optei, diminuir, no olho, no creme de leite e no queijo ralado parmesão. Adoro exagerar! Mentir, jamais. 

João Scortecci