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ALEXANDRE, O GRANDE, E O SUSSURRO HOMÉRICO

A cidade de Alexandria, do Egito, fundada por Alexandre, o Grande (Alexandre Magno, 356 a.C. – 323 a.C.) é a segunda mais populosa do país, com cerca de 5,2 milhões de habitantes. É o maior porto do Egito. Estende-se por 32 quilômetros na costa do Mediterrâneo. Segundo o historiador e biógrafo Plutarco (Lúcio Méstrio Plutarco, 46 d.C. – 120 d.C.), Alexandre fundou 70 cidades com o seu nome. Alexandria, do Egito, onde fica a famosa Biblioteca de Alexandria, nasceu de um sonho literário, um sussurro homérico. Durante o sono, Alexandre sentiu um velho de cabelos grisalhos se aproximar dele. Quando parou ao seu lado, o misterioso desconhecido recitou os versos 351-359 do “Canto IV” da Odisseia, do poeta grego Homero (928 a.C. – 898 a.C.), nos quais é descrita uma ilha chamada “Faros”, envolta pelo balanço sonoro do mar, em frente à costa egípcia. A ilha realmente existia, ficava nas proximidades da planície aluvial onde o delta do Nilo se funde com as águas do Mediterrâneo. Na época, Alexandre tinha 24 anos de idade e se sentia invencível. Era apaixonado pela Ilíada, de Homero, que ganhou do filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), seu tutor. Depois do início da construção da cidade egípcia, Alexandre nunca mais a viu. Seu legado vai além de suas habilidades como comandante militar. Suas campanhas aumentaram os contatos e o comércio entre o Ocidente e o Oriente. Alexandre Magno morreu no antigo palácio do Rei Nabucodonosor II, na Babilônia, aos 32 anos de idade, provavelmente envenenado, depois de beber vinho e se embriagar com o sussurro da morte.

João Scortecci