O poeta e escritor suíço-alemão Hermann Hesse (1877 - 1962) foi o escritor de “cabeceira” nos anos 1970. Primeiro foi “O Lobo da Estepe”, depois “Sidarta” e “Demian” e por fim, “O jogo das contas de vidro”, seu último livro. Depois do sucesso do romance "Peter Camenzind" (1903), sobre a vida de um escritor falido, sua carreira decolou. Hesse foi livreiro durante cinco anos - até 1904 - e em 1946, recebeu o Prêmio Goethe e o Nobel de Literatura. Em 1911 esteve na índia e em 1922 publicou Sidarta, sobre a vida de Buda: busca pela iluminação e plenitude espiritual. O livro, na época, mexeu profundamente comigo e a obra faz parte da minha lista dos imortais. O poeta Hesse é no Brasil pouco conhecido. Relendo sua biografia encontrei o algo do hoje: “Hora após hora eu ando agora, e em minhas faces, em fogo sinto os ventos de um distante verão; vocalizo canções de quando era rapaz, penso na pátria - e sei que não a encontro mais.” No poema “A morte a pescar de anzol” o sofrimento de um povo: “Senta-se a Morte e vai pescando-nos da vida com sua linha torpe, invisível e fina. Não há truque ou esforço que nos valha mais: ela tem paciência e uma isca que fascina. Quem cai no seu anzol, pode cavar na areia ou no lodo, ou tentar qualquer manha mesquinha: senta-se a Morte nele, e não mais lá na beira. Está perdido, mesmo que arrebente a linha. Pode, numa escapada, no fundo revolto longo tempo esconder-se ainda com medo dela: para finar-se, está completamente solto. Nada tem gosto mais: o anzol pegou na goela.” Hermann Hesse faleceu no dia 9 de agosto de 1962, na cidade de Montagnola, Suíça, aos 85 anos de idade.
João Scortecci