Pesquisar

TALVEZ - INESPERADAMENTE - POESIA!

Das direções - abóbada! Palavras desocupadas! Observo de olhar: arco, detalhes, teto e cunhas. Até o nada - ainda - do papel. Lenço dobrado no pescoço. Frio. Traço - e sombras - do risco que punge o destino. E pune! Versos do Eu labirinto. Talvez dor. Impressões de sangue no dedo do pé? Pisei torto. Tudo junto - demoradamente - na claraboia do céu. Tudo lá no alto. Impossível chegar lá. Espinhos, borboletas ou estrelas da noite? Letras. Muitas. Aladas além do ar do azul. Quase universo! Clarificar o poema: ainda incerto, mas possível. Lenço - agora - desdobrado do papel. Pálido. Sem cor. Desmaiado. Portal de iniciais? Sim. As primeiras letras. Bordado de imagens. Colcha de retalhos, palavras e versos. Mapa do arco, do teto e das cunhas. Talvez - inesperadamente - poesia.

João Scortecci