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A ARTE ÚNICA E HÍBRIDA DO "SIM"

Um "Manifesto" se define como um texto de natureza dissertativa e persuasiva, uma declaração pública de princípios e intenções. Destina-se a declarar um ponto de vista, denunciar um problema ou convocar uma comunidade para determinada ação. Em 1923, o teórico e crítico de cinema italiano Ricciotto Canudo (1877 – 1923), propôs no seu “Manifesto das Sete Artes” que o cinema fosse considerado a sétima arte, acrescentando-a à lista precedente do filósofo germânico Hegel (Georg Wilhelm Friedrich Hegel, 1770 – 1831). Justo. Justíssimo! A lista ficou, então, assim: Arquitetura, Escultura, Pintura, Música, Literatura, Dança e Cinema. O conceito “Concordância” é uma ideia traiçoeira. “Você concordou!”. Cheira à pressão! Prefiro dizer assim: "temos uma uniformidade de pensamento” ou ainda “razões e motivos que se completam”. Complica menos. Praticar a “concordância” na sua plenitude é algo perigoso. Muito perigoso. Quando a “concordância” chega, por escrito, por meio de um bilhete, nota, carta, e-mail ou num post publicado nas mídias sociais, a “merda” já está feita. As "concordâncias" nunca são esquecidas. Jamais! O "sim" é uma concordância fatal. No dito pelo não dito considero Hegel um sujeito estranho,  confuso! Ou - perdão - não estou à sua altura emocional. Quanto a proposta do italiano Ricciotto Canudo - de ter sugerido incluir o cinema como a sétima arte -, fico com a máxima: “Uma arte híbrida, mas de natureza única!”. É o dito pelo não dito. Talvez. Salve Hegel!

João Scortecci