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REVISTA PAN E A AUTOPSIA DE NAPOLEÃO BONAPARTE

PARTE 1

Em 1936, a Revista PAN, ano II, número 10, página 14, do editor José Scortecci – avô materno do editor e gráfico João Scortecci – publicou matéria assinada por O. Aubry, testemunha ocular, com revelações “bombásticas” da autópsia do estadista e líder militar francês Napoleão Bonaparte (1769 - 1821). Contou ele na reportagem: “Preparada uma grande mesa sobre cavaletes coberta com um pano depositaram nela o cadáver. Durante a primeira parte da operação nada me pareceu chamar a atenção dos médicos da equipe do Prof. François Carlo Antommarchi, médico responsável pela autópsia, a não ser a extraordinária quantidade de gordura que cobria quase todas as partes do interior, sob o peito, particularmente na região do coração. Abrindo a parte baixa do corpo, onde está situado o fígado, acharam que o estômago tinha aderido ao lado esquerdo daquele órgão e parecia muito afetado. Os médicos, imediata e unanimemente, exprimiram a convicção de que o estômago fora a causa da morte. Retiraram o estômago num estado horrível, reduzido a um terço do seu tamanho normal, coberto de substâncias cancerosas e nele uma cavidade por onde podia passar o dedo mínimo.” Napoleão Bonaparte passou os seus últimos seis anos de vida confinado pelos britânicos na ilha de Santa Helena, território britânico ultramarino, no Atlântico Sul. A autópsia oficial concluiu que Napoleão Bonaparte morreu de câncer no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsênico. Ninguém explicou até hoje – manchete da matéria – o furo de um dedo no estômago do estadista e líder militar francês. 

PARTE 2

Napoleão Bonaparte morreu em 5 de maio de 1821. Após sua morte, uma autópsia foi realizada pelo médico François Carlo Antommarchi (1780-1838), que cortou seu pênis, junto com várias outras partes do corpo. O pênis passou para a posse do capelão de Napoleão Ange Paulo Vignali, que o contrabandeou de Santa Helena para sua casa na Córsega. Permaneceu na família do padre até 1916, quando a Maggs Bros Ltd, uma empresa de venda de livros com sede em Londres, o comprou. Em 1924, foi comprado por Abraham Simon Wolf Rosenbach (1876-1952), um vendedor de livros da Filadélfia. O pênis foi exibido em 1927 no Museu de Arte Francesa de Nova Iorque. Na exibição, um jornalista da Time descreveu-o como semelhante a uma "tira maltratada de cadarço de camurça". Outros presentes o consideraram como um "pedaço de couro ou uma enguia murcha". Rosenbach vendeu o item para um colecionador o bibliófilo Donald Frizell Hyde (1909 - 1966), cuja esposa o deu a John F. Fleming após a morte de Hyde. John F. Fleming era um vendedor de livros próximo de Rosenbach. Outro colecionador (Bruce Gilmeson) o comprou e tentou, sem sucesso, vender o pênis em um leilão através da Christie's. Em 1977, o urologista e colecionador de artefatos John Kingsley Lattimer (1914 - 2007) comprou o item por 3 mil dólares e atualmente é propriedade de sua filha. O pênis foi descrito como "mal reconhecível como parte do corpo humano” e sua autenticidade não é clara. Um documentário que foi ao ar no Channel 4, Dead Famous DNA, descreveu-o como "muito pequeno" e o mediu em 3,8 cm. Não se sabe que tamanho tinha durante a vida de Napoleão. O atual proprietário do item permitiu que dez pessoas o vissem e nunca foi gravado em vídeo.