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O MANGAKÁ TEZUKA E A PHOENIX

Osamu Tezuka (1928 - 1989) foi um “mangaká” - desenhista de mangás - influente no Japão e no resto do mundo. É lembrado no Japão como o "pai do mangá moderno” ou “Deus do Mangá''. Com sua obra “Shin Takarajima” publicada, em 1947, Tezuka começou o que ficou conhecido como a revolução do mangá no Japão. Sua produção lendária gerou algumas das séries de “mangás” mais bem-sucedidas e premiadas daquele país, entre elas: “Astro Boy”, “Kimba”, “O Leão Branco”, “Dororo”, “Black Jack” e “Hi no Tori”. Osamu Tezuka não é o inventor dos mangás. É o “mangaká” que os popularizou. O desenho de Tezuka é facilmente identificável: o traço é claro, as imagens são simples, o enquadramento cinematográfico e o humor têm sempre seu lugar. O autor nunca hesita em se colocar em cena com sua silhueta reconhecível principalmente por sua boina e seus óculos grossos. Sua obra completa chega a mais de 700 mangás, com mais de 150.000 páginas. A grande maioria nunca foi traduzida do original japonês e continua inacessível aos leitores do Ocidente. Em 1954, publicou “Phoenix 1” (Pássaro de fogo), obra de 12 volumes, inacabada, considerada a obra da sua vida, segundo o próprio mangaká. “Phoenix” trata de reencarnação. Cada história envolve uma busca pela imortalidade, personificada pelo sangue do pássaro de fogo, que, conforme desenhado por Tezuka, assemelha-se ao Fenghuang (ave mítica que renasce das cinzas). Acredita-se que o sangue concede vida eterna, mas a imortalidade na Fênix é inalcançável ou uma terrível maldição, enquanto a reencarnação no estilo budista é apresentada como o caminho natural da vida. Tezuka divulgou os quadrinhos japoneses ao redor do mundo. Foi assim que conheceu o artista francês de história em quadrinhos, Moebius (Jean Giraud, 1938-2012), e o cartunista brasileiro, Maurício de Sousa. Em 2012, a Mauricio de Sousa Produções publicou duas edições da revista “Turma da Mônica Jovem”, com alguns dos personagens principais de Tezuka, incluindo Astro Boy, Black Jack, Safire e Kimba, junto à “Turma da Mônica" em uma aventura na floresta amazônica contra uma organização de contrabando de árvores. Tezuka morreu de câncer de estômago, em Tokyo, aos 60 anos de idade, no dia 9 de fevereiro de 1989. Sua morte teve um impacto imediato no público japonês e no universo dos mangakás. O Museu Osamu Tezuka - dedicado a sua memória e suas obras - foi construído na cidade de Takarazuka, província de Hyogo, no Japão, cidade onde Tezuka viveu grande parte da vida.