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“ULISSES”, DE JAMES JOYCE, E O SOPRO DE BERNARDINA

O romancista, contista e poeta irlandês, James Joyce (James Augustine Aloysius Joyce, 1882-1941) é um dos maiores escritores do século XX. Suas obras mais conhecidas são: “Dublinenses” (1914), “Retrato do Artista Quando Jovem” (1916), “Ulisses” (1922) e “Finnegans Wake” (1939). Participou do modernismo poético em língua inglesa, considerado um dos mais eminentes poetas do imagismo, movimento literário do começo do século XX que favorecia a “precisão das imagens” e uma linguagem clara e objetiva e inovou na prosa, principalmente com a técnica narrativa do fluxo de consciência. Sua obra-prima, “Ulysses”, é considerada desafiadora para os tradutores de língua portuguesa, por causa da variedade de estilos e técnicas narrativas. No Brasil, existem três traduções desse romance: a do filólogo, tradutor e enciclopedista, Antônio Houaiss (1915-1999), Abril Cultural, 1980; a da professora e tradutora, Bernardina da Silveira Pinheiro (1922-2021), Objetiva, 2005; e a do escritor, tradutor e professor de história, Caetano Galindo (1975- ), Companhia das Letras, 2012. Bernardina da Silveira Pinheiro - professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro e referência nos estudos sobre a obra de James Joyce no Brasil - faleceu no último dia 07 de outubro, aos 99 anos de idade. Não a conhecia pessoalmente. Perdi. Desde muito cedo, aprendi a admirar e respeitar o trabalho - habilidades que me faltam - de profissionais do livro:  tradutores, revisores, diagramadores, capistas, ilustradores e bibliotecários. São eles espíritos de luz, seres iluminados, deuses que “assopram” arte, inteligência e alma aos livros. Como James Joyce, em “Finnegans Wake”: "Cada sílaba - do que quero dizer - pode ser justificada".

11.10.2021