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O “LIVRO DE KELLS” E SÃO COLUMBA: POMBA DA IGREJA

O “Livro de Kells”, também conhecido como “Grande Evangeliário de São Columba”, é um manuscrito ilustrado, com motivos ornamentais, com 680 páginas, feito por monges celtas por volta de 800/806 d.C, no estilo conhecido por “arte insular” ou “arte hiberno-saxónica” produzida após o Império Romano nas Ilhas Britânicas. O termo é usado também para designar a escrita produzida naquela época. Em razão da sua grande beleza e da excelente técnica do seu acabamento, esse manuscrito é considerado por muitos especialistas como um dos mais importantes vestígios da arte religiosa medieval. O monge São Columba (521 - 597), nascido em Donegal, Irlanda, também conhecido como “Columba de Iona”, foi grande figura missionária da Escócia. Reintroduziu o cristianismo entre os Pictos - grupo de povos de língua celta - que viveram naquele país. O “Livro de Kells”, escrito em latim, contém os quatro Evangelhos do Novo Testamento, com notas preliminares e explicativas e com numerosas ilustrações e iluminuras coloridas. A “Abadia de Iona” está localizada na Ilha de Iona, próxima da Ilha de Mull, na costa ocidental da Escócia. É um dos mais antigos e mais importantes centros religiosos da Europa Ocidental. Foi o ponto focal da expansão do cristianismo por toda a Escócia e marcou a fundação de uma comunidade monástica por “São Columba”. Em 563, partindo da Irlanda, com doze companheiros, esse monge chegou a Iona e fundou ali um mosteiro que cresceu até se tornar um influente centro para a expansão do cristianismo. Acredita-se que o “Livro de Kells” tenha sido produzido pelos monges em Iona nos anos finais do século VIII e que se destinava principalmente à exibição e não à leitura. As imagens são elaboradas e detalhadas, enquanto o texto é descuidado, com palavras em falta e passagens repetidas. O manuscrito encontra-se exposto permanentemente na biblioteca do Trinity College de Dublin, República da Irlanda.

João Scortecci