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DAS DESCRENÇAS E DAS INSTABILIDADES DO ÓBVIO ULULANTE

O negacionismo - crença, fuga ou rejeição - é a “escolha” de negar a realidade de uma verdade desconfortável. Cresce e arrebanha seguidores diante de situações de instabilidade, como uma crise ou algo novo, desconhecido, nunca antes presenciado. Há estudos que afirmam tratar-se de um fenômeno cíclico: síndrome do desconhecido! Trata-se da recusa em aceitar uma realidade empiricamente verificável e incontestável. O “negacionismo” rejeita conceitos básicos, primários, científicos e incontestáveis. O movimento encontra sustentação em teorias e discursos conspiratórios que acabam favorecendo disputas ideológicas, interesses políticos e religiosos. O “negacionismo”, além de criar polêmicas retóricas, usa a antiga e bem-sucedida estratégia de minar o coletivo com a cunha da dúvida. Lendo sobre ser um fenômeno cíclico e mais comum do que se imagina, encontrei algo que me fez escrever o post de hoje: o crescimento do “negacionismo” em tempos de crise e instabilidade costuma anteceder às catástrofes e tragédias no caminho cíclico da humanidade. Seria um aviso ululante que ulula, que uiva, grita, berra e emite sons de lamento? O escritor, jornalista e teatrólogo Nelson Rodrigues (1912-1980) na obra “O óbvio ululante” questiona a tudo isso: “algo que é óbvio, de clara observação e contestação, que está - na cara - e as pessoas não enxergam.”

01.05.2021