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GATOS, PASSARINHOS E A CONJUNÇÃO DE JÚPITER E SATURNO

Vovó Chiquinha - que não nasceu no papel - morreu “passarinho” e caduca. Na família criou tias e sobrinhas. Cuidava da casa e do coração do mundo: “Gatos comem ratos e passarinhos comem baratas.” Simples assim. É tudo - e mais nada, além do amor - que precisamos “praticar” sobre os segredos da natureza. A peste negra - surto de peste bubônica - atingiu a Europa ao longo do século XIV - matou 200 milhões de pessoas, atingindo o “pico” entre os anos de 1347 e 1351. O poeta e astrônomo belga Simon de Covino - por volta de 1350 - no poema de nome "Sobre o julgamento do sol em uma festa de Saturno" atribuiu a peste a uma conjunção de Júpiter e Saturno: “próximos e juntos - luz que cega - em uma única estrela da morte.” Na caça aos hereges - filhos de Júpiter e Saturno - Gregório IX organizou a Inquisição de Covino: estrela da morte (Inquisição) promulgando, em 1233, a Bula “Licet ad capiendos” de investigação, julgamento, condenação e absolvição dos “hereges”. A “Inquisição de Covino” durou seis séculos e atuou de forma bárbara, atingindo as esferas políticas, econômicas, sociais e culturais. Gregório IX - não satisfeito - emitiu a bula papal “Vox in Rama” ordenando o massacre de gatos - vistos como demoníacos - e a própria personificação do diabo. A doença da peste - ou da ignorância negacionista - jamais caducou, infelizmente. É enzoótica! Vovó Chiquinha - que não existiu no papel - abriu a porta da gaiola dos pássaros, alimentou os gatos e partiu deste mundo, no dia da estrela de natal. Tinha então, mais de 100 anos. “A senhora conheceu a Princesa Isabel?” Pergunta. “Isabel, não”. “Lembro-me do menino Pedro”. Risadas! Sempre que a vida “caduca” traços de Júpiter e Saturno surgem - do nada -, no céu de Calvino. É a história que se repete, sempre, e mais uma vez.