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ASTROLÁBIOS

Dos estigmas. Das cicatrizes. Dos traços e das marcas no corpo. Tatuagens ou mapas? Nós engordados e flácidos, nós envelhecidos e antigos, nós adoentados disso, daquilo e sempre, agora marginalizados, agora desaprovados e negados! É o que “estamos”. O navio dos antigos - aquele que na existência leva filhos, netos e bisnetos - está à deriva nas águas, ilhado no mar revolto das tormentas, incerto nas direções do norte, perdido de bússolas, perdido dos astrolábios e das estrelas do céu. Estigmas das sombras? Lembro-me dos rabiscos do menino Marco Polo e das linhas - de leitura - da palma da mão. Linhas da sorte? Vovó Sarah sabia das coisas do outro mundo. Ela dizia, na leitura do destino alheio: “Cuidado com as mãos.” Quiromancia? Algo assim. Adiante, ainda falando das cicatrizes, da razão e suas provações: “Isso também passa. Todas as coisas na Terra passam. Os dias de dificuldades passarão. Passarão também os dias de amargura e solidão. As dores e as lágrimas passarão...” Palavras do Mestre Chico Xavier. Saber esperar - pacientemente - é virtude. Meu coração está ferido. Eu sei, eu sinto, eu quero - outro dia - de estrela no céu.