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VELOCÍPEDE DO POEMA SEM-FIM

Meu pedal dói. Faz parte. Aproveito o desafio para navegar outras trilhas. Algumas estão novas e são desafiadoras. Outras não. São antigas e foram bastante pisadas por mim e por outros. Caminhar na mesma direção não significa repetir ventos. O dia é outro. O corpo é cansado. A idade voa. Adiante subo na bike e refaço o aro de outras trilhas. Quem me ensina é o norte de ruas, praças e segredos. E eu, desavisado de tudo, continuo no destino de mim mesmo. Capacete, luvas, mochila, água e óculos de sol. Falo com o meu coração: esperança também se constrói. No momento estou na curva da ladeira. Meu pedal dói. Qual das dores dói mais? A do pé, a da canela ou a do braço? Em algum lugar estou veloz e isso me basta. Dia 12 é assim, sempre: Eu, o velocípede da infância e o poema sem-fim.