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ISSAC ASIMOV E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL / JOÃO SCORTECCI

Tornei-me fã do escritor russo de obras de ficção científica Isaac Asimov (Isaak Yudovich Ozimov, 1920 - 1992), no ano de 1972, quando iniciei uma longa e completa viagem lendo e relendo sua imensa obra de ficção científica, em livros comprados na Livraria Brasiliense, da Rua Barão de Itapetininga, na capital paulista. "Eu, robô" (1950) foi o primeiro de todos. Um clássico. "Nove Amanhãs" (1959) é o meu preferido. Asimov é também o responsável pelas leis diretivas da robótica: 1) Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal. 2) Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei. 3) Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis. Mais tarde Asimov acrescentou a “Lei Zero”, acima de todas as outras: um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal. Há quem ache tudo isso uma “babaquice” de Isaac. Um engano! Quem poderia imaginar que Asimov escreveria as próprias leis de sobrevivência da humanidade? Asimov era um “claustrófilo”, gostava de espaços pequenos e fechados. No primeiro volume da sua autobiografia, ele conta um desejo infantil de possuir uma banca de jornal, numa estação de metrô de Nova Iorque, dentro da qual ele se fecharia e escutaria o ruído dos carros enquanto lia. Em 1964, aceitou uma proposta do jornal “The New York Times” e fez uma série de previsões acerca do mundo do futuro, projetando-o como seria dali a 50 anos, isto é, em 2014. Asimov previu a existência dos micro-ondas, da fibra ótica, da internet, de uma biblioteca global, dos microchips, das TVs de tela plana e até de pessoas acometidas de depressão. Asimov pretendia escrever 500 livros e, por pouco, não atingiu essa marca; escreveu 463 obras. Mas, somando-se todos os livros, desenhos e coleções editadas, totalizam-se 509 itens em sua bibliografia completa. Asimov morreu aos 72 anos de idade de falha cardíaca e renal, em decorrência do vírus da AIDS, adquirido depois de transfusão de sangue recebida durante uma operação de "bypass gástrico" (cirurgia bariátrica), em dezembro de 1983, em Nova Iorque. Aqui com os meus conectores: A inteligência artificial carece de legislação específica ou as leis da robótica da literatura de Isaac Asimov serão suficientes para garantir a sobrevivência da humanidade? Desconfio que estamos no corredor da morte. 

João Scortecci