Ler é importante.
Até os que não praticam o “ler é importante” reconhecem o seu valor como modelo eficiente na busca do conhecimento individual e também coletivo, essencialmente universal.
Hoje existem diversas outras maneiras também eficazes para a obtenção do conhecimento e da informação, mas a leitura é ainda o melhor dos caminhos. O hábito, do qual tanto se fala como necessidade para o gosto pela leitura, lembra o de um corpo que aos poucos vai ganhando, com exercícios, condicionamento físico.
Ler também é divertido. Ou não é? A leitura de um bom livro lembra paixão. Um bom livro não se larga, não se abandona, não se esquece jamais.
É assim que paixão vira amor eterno.
O início – como tudo na vida – não é fácil. É preciso vontade, esforço e muita dedicação.
Outras opções, mais sedutoras, acabam nos levando para o mais fácil. O pecado da preguiça opera desculpas e faltas disso e daquilo, provocando em nós acomodação cultural.
Corremos o risco de construirmos uma geração que só lê manchetes e links, que nem sempre, em sínteses, expressam o cerne da questão.
Não há educação quando a ignorância habita a família, a escola, o trabalho, os governos.
Não há leitura sem o comprometimento de todos pelo livro. O livro é mágico e precisa colocar-se aos olhos. Precisa pontuar os mais diversos caminhos.
A inclusão cultural pela leitura deve, e precisa, passar pela coragem política do mundo real.
O livro pode até acabar, na forma como hoje o conhecemos, na plataforma papel, mas a leitura não. Adentrar em uma livraria não precisa ser um desafio incomum.
Outro dia – ainda na minha adolescência – quando descobri que “ler é importante” alguém de nome Lobato me disse: "Um país se faz com homens e livros."
Naquela dia incomum atendi ao seu incrível chamado.
Depois também me deixei levar pelo universo de Alencar, Sabino, Clarice, Machado, Bandeira, Cecília, Drummond, Graciliano, Lygia, Cabral, Bilac, Rachel, Callado, Gullar e de outros tantos Amados.
João Scortecci