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REVISTA PLAYBOY E O AMOR DE SANDRA BRÉA

Revista masculina. Até pensei noutra classificação, sem sucesso. Ficou, então: revista masculina! Colecionei a Playboy brasileira desde os primeiros números, do ano de 1975. Mais de 150 edições, das 487 publicadas, em 40 anos. Comprei, também, as edições especiais. Imperdíveis! Numa das mudanças de endereço tive que me desfazer delas. Uma tragédia! A revista deixou de circular oficialmente em 2015. Diferente dos “mentirosos”, comprava a revista por uma única razão: desfrutar a nudez, os encantos e a sensualidade das mulheres brasileiras: únicas, inconfundíveis, especiais! Nos anos 1990 conheci o mestre J.R. Duran, que fotografava bocas, pernas, costas, umbigos, pererecas, peitos e bundas, como ninguém. Fotos belíssimas! De cabeça - e com o coração masculino, também - lembro dos ensaios fotográficos de Sônia Braga e Letícia Spiller. Inesquecíveis! Letícia Spiller, até hoje, é a mulher mais sensual que conheci. Não sei explicar. Precisa? Acho que não. Outras mulheres incríveis de Playboy: Lúcia Veríssimo, Claudia Ohana, Luma de Oliveira, Bruna Lombardi, Cléo Pires, Maria Zilda, Adriane Galisteu, Aline Prado, Carla Marins, Sandra Bréa, Betty Faria, Juliana Paes, Deborah Secco, Grazi Massafera, Ana Paula Oliveira, Isadora Ribeiro, Mel Lisboa... Devo ter esquecido de muitas. Perdão! Uma decepção: a Hortência, jogadora de basquete. Joguei a revista fora. No final dos anos 1970, aluno da Universidade Mackenzie, comprei uma rifa de formatura, com 4 centenas, cujo prêmio pela loteria federal, era um jantar no Terraço Itália e uma noite de amor com a atriz Sandra Bréa. Perdi. O ganhador, um amigo da faculdade de Ciências Econômicas, revendeu o bilhete a peso de ouro. Quem comprou o bilhete exigiu segredo. Sandra Bréa - belíssima - foi expoente do Movimento de Arte Pornô dos anos 1970. Em 1993 contraiu o vírus do HIV e faleceu no ano 2000, vítima de um câncer de pulmão. Meu avô José Scortecci, já idoso, durante 1 ano, morou no apartamento dos meus pais, Luiz e Nilce. Depois foi para A Mão Branca – Associação Beneficente de Amparo aos Idosos, em Santo Amaro. Adorava dormir na poltrona da sala. “Vovô quer dar uma olhada?” Era uma Playboy. Ele pulou da poltrona e devorou a revista, página por página. Molhava o dedo na língua e vez por outra, ajeitava o óculos na cara. Sentei-me do lado e esperei, pacientemente. Ele olhou a revista inteira e depois deu a sua sincera opinião: “Magrinhas, né?”. Risos. Antes que eu protestasse, sentenciou: “Mulher de verdade era a Marlene, Rainha do Rádio" (Victória Bonaiuti 1922 - 2014). "Gordinha, né?" Foi a minha vez. Silêncio. Devolveu a revista, coçou o saco e fechou os olhos. Gosto é gosto! Vovô José Scortecci, editor, gráfico e fazendeiro, faleceu em 1988, aos 86 anos.

João Scortecci