A escritora, professora e poeta Cecília Meireles (Cecília Benevides de Carvalho Meireles, 1901 - 1964) morreu jovem, proveniente de um câncer no estômago, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964. Tinha 64 anos de idade. É considerada a maior poeta do Brasil. Não a conheci. Em 1964, quando de sua morte, tinha 8 anos de idade, era menino no Ceará e ainda dava os primeiros passos na Linha Cerol. Conheci a obra de Cecília, a poeta dos olhos azuis-esverdeados, no final dos anos 1970. Alguém me disse: “é a maior poeta do Brasil” e eu fui conferir. No início sua poesia não mexeu comigo. Li e gostei. Na época estava náufrago - lendo e relendo - a obra de Carlos Drummond de Andrade, meu poeta maior. Cecília veio aos poucos, principalmente depois da popularização da Internet e do surgimento das redes sociais. Cecília - veio e ficou - é, talvez, a escritora mais popular da Internet. Em 1990 ganhei um exemplar do livro “Romanceiro da Inconfidência", coletânea de poemas que conta a História de Minas, dos inícios da colonização no século XVII até a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida em fins do século XVIII, na então Capitania de Minas Gerais, edição da Nova Fronteira. A obra faz parte da minha biblioteca. Gosto dos versos: “Ó meio-dia confuso, ó vinte-e-um de abril sinistro, que intrigas de ouro e de sonho houve em tua formação? Quem ordena, julga e pune?”. De arrepiar! Diz tudo. Sempre me pergunto: Quem ordena, julga e pune?”. O tempo, talvez. “Quais os que tombam, em crime exaustos, quais os que sobem, purificados?” A história é assim: lembra e esquece!
João Scortecci