O jornalista, escritor e editor carioca Benjamim Costallat (Benjamim Delgado de Carvalho Costallat, 1897 – 1961), estreou na imprensa aos 21 anos de idade, com a coluna de crítica musical “Da letra F n.2”, publicada no “O Imparcial”, jornal da cidade de São Luís, Maranhão, líder absoluto no mercado maranhense. Benjamim Costallat foi colaborador fixo dos jornais Gazeta de Notícias, Jornal do Brasil e do Semanário PAN, do editor e gráfico José Scortecci. Influenciado pelo jornalista, cronista, contista, romancista, tradutor e teatrólogo João do Rio (João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, 1881 – 1921) escrevia crônicas sobre o submundo do Rio de Janeiro. Ficou conhecido pela sua série Mistérios do Rio. Seu livro de estreia foi “A Luz Vermelha” (Editora Leite Ribeiro, 1919). Seu romance “Mademoiselle Cinema” (1923) foi censurado e recolhido das livrarias, considerado pornográfico e contrário aos valores morais da família brasileira. “Mademoiselle Cinema”, até ser recolhido, já havia vendido mais de 60 mil exemplares. A obra conta a vida de Rosalinda, uma jovem que com apenas 17 anos, filha de um político do Piauí que chegou a ministro, escandaliza a sociedade carioca com seu comportamento despudorado. Frequenta bailes de jazz, deixa-se levar a garçonnières - lugares utilizados para encontros amorosos -, faz uso do álcool e da cocaína. O livro foi um best-seller na década de 1920, rendendo ao autor a fama de maldito, por sua abordagem franca do sexo e violência. Benjamim Costallat fundou, em 1928, com o empresário italiano José Miccolis, a editora Costallat & Miccolis, dedicada a livros de grande apelo popular, muitas vezes, sensacionalistas. Publicou autores como Mauro de Almeida, Antonio Celestino, Patrocínio Filho, Ribeiro Couto e Orestes Barbosa, todos conhecidos pelo seu trabalho na imprensa carioca. No Semanário PAN, ano II, 1936, número 10, escreveu: “A sinceridade dos homens foi sempre duvidosa. A do próprio Adão já deixava muito a desejar. E a Eva nem se fala!”. Os livros de Benjamim Costallat - quase todos - são misóginos - preconceito contra mulheres - e machistas, e foram escritos para o público masculino da época.
João Scortecci