Vou até lá e volto logo! Eu prometo. Vou de pronto, no automático. Assim: coisas do instante novo e do recente, do agora. Veloz. Acontece e pronto. Passa: no único espaço de existência possível. Agora - que tudo se foi - não adianta ter pressa! Nada do que é recente acontece do passado. Futuro inexistente? Talvez. Foi assim no primeiro dia, depois e em todos os outros, também. Andei - por nada e a toa - listando as coisas do recente e pude, então, observar que não há lógica alguma nas brevidades do tempo. Não há segredos. E nem ansiedade. Não há surpresas e eu levo um susto “dos cabelos”. Dos poucos que ainda me restam. Silêncio temporal. Isso existe? Não há o que temer e logo o suor das coisas irão gelar os ossos do corpo. Eu disse que voltaria: vou até lá e volto logo! Foi o que fiz. O fato de ter voltado, agora, pouco importa. Foi o acaso. Palavras do andarilho: do grito da boca das palavras miúdas. No aconchego do repente - ouço vozes – a minha? Talvez. E no melhor das coisas recentes: adormeço. Eu e o relógio que adianta - por nada, por teimosia, por morte na parede do tempo. O que faço agora? Troco as pilhas, dou corda na geringonça, aguardo sua vontade ou espero. Já disse: Vou até lá e volto logo! Demoradamente.
João Scortecci
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