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DAS RESERVAS DO OLHAR E SUAS FASES

Das reservas e suas fases: olhá-las no tempo! Três, talvez quatro. São elas: O olhar o que tudo vê, o olhar-se por dentro e o deixar-se olhar. E ainda, talvez, o olhar espiritual, além do depois. Primeiro as reservas de olhar o que tudo vê. De perto, de lado, de cima, de baixo, de longe, em todas as direções do mundo. Nela tempo de provar, conhecer, arriscar e rasgar. Rasgar-se! Tempo do bem, do mal, dos sóis e das luas do universo. Explorar águas, cheiros, ventos, ideias, sabores, medos, venenos, desejos e arrepios. Desafiar existências, rebelar-se, permitir tudo - intensamente - e depois partir. Adiante encontrar, então, as reservas do se olhar: de perto, de longe, nos espelhos, nas fotos rasgadas, nos encontros perdidos e nas atitudes estranhas do coração. Olhar-se! Época de viver as diferenças relativas, as opções incomuns, as escolhas, de jogar alianças e também de segredar paixões. Descobrir-se! Época ainda dos filhos, dos sonhos maiores, das oportunidades da vida. E das fraquezas. Das tentações. Madurar-se! Depois partir. Adiante, e por fim - a mais difícil de todas as reservas: deixar-se olhar. Corpo, alma e razão. Fracionar sonhos, apagar fantasias, perdoar injustiças, curar pesadelos, aceitar despedidas e sobreviver. Época das dores, dos arrependimentos e dos silêncios. Acalmar-se! E depois - finalmente - partir. E ainda, quem sabe, além do tempo físico, das reservar e suas fases, e viver, então.      

João Scortecci