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MONTE PARNASO, BILAC E O SONETO “LÍNGUA PORTUGUESA”

Ó rude e doloroso idioma! Soneto - pequena canção ou, literalmente, pequeno som - é um poema de forma fixa, composto por quatro estrofes, sendo que as duas primeiras são constituídas por quatro versos, cada uma, os quartetos, e as duas últimas de três versos, cada uma, os tercetos. Hoje - 16 de dezembro - aniversário de nascimento do poeta Olavo Bilac (Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, 1865 - 1918). Bilac é considerado o principal representante do parnasianismo no Brasil. O nome Parnasianismo remonta à denominação de um monte da Grécia Antiga - Monte Parnaso -, na antiga cidade de Delfos, onde, segundo a mitologia, os poetas se isolavam do mundo para maior integração com os deuses, por meio de sua poesia. Bilac foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras (1897) e responsável pela criação da letra do Hino à Bandeira (música de Antônio Francisco Braga). Bilac é autor do belíssimo soneto “Língua Portuguesa”: “Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura: / Ouro nativo, que na ganga impura / A bruta mina entre os cascalhos vela... / Amo-te assim, desconhecida e obscura / Tuba de alto clangor, lira singela, / Que tens o trom e o silvo da procela / E o arrolo da saudade e da ternura! / Amo o teu viço agreste e o teu aroma / De virgens selvas e de oceano largo / Amo-te, ó rude e doloroso idioma / Em que da voz materna ouvi: “meu filho” / E em que Camões chorou, no exílio amargo / O gênio sem ventura e o amor sem brilho!” Bilac morreu jovem, com 53 anos de idade, no dia 16 de dezembro de 1918. 

João Scortecci