“ Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”. A frase é de autoria da historiadora e professora Emília Viotti da Costa (1928 - 2017). Hoje fiquei sabendo do fechamento da mais antiga livraria do Brasil “Ao Livro Verde” com seus 179 anos, localizada na cidade Campos dos Goytacazes, norte fluminense, no estado do Rio de Janeiro. O empresário Ronaldo Sobral, atual proprietário, lutou por anos para manter a livraria funcionando, sem sucesso. A empresa enviou à 5ª Vara Cível de Campos pedido de autofalência em decorrência de uma dívida de quase R$ 2 milhões. Nem mesmo as inúmeras campanhas de apoio, até da Academia Brasileira de Letras, conseguiram impedir a tragédia. Vale lembrar que o prédio onde funcionava a livraria é tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam), mas não pertence à livraria. Muitas promessas de ajuda e de nada adiantou. Ao Livro Verde fechou. Segundo o IBGE, Campos dos Goytacazes tinha em 2013, o sétimo maior PIB do Brasil e é até hoje o segundo maior do estado do Rio de Janeiro, sendo a cidade não capital com o maior PIB nacional naquele ano. Em sua costa encontra-se a maior plataforma petrolífera do Brasil, a P-51 na Bacia de Campos, fazendo com que a cidade receba junto com Macaé, o título de Capital Nacional do Petróleo. Tamanha riqueza não fui suficiente para salvar o povo e sua memória. Continuamos cometendo os mesmo erros do passado. Anotem a fatídica data: 13 de novembro de 2023, uma segunda feira. E nada mais.
João Scortecci
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