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FLORENCE NIGHTINGALE, AS VOLUNTÁRIAS SOCORRISTAS E A ARTE DA GUERRA DE SUN TZU

A italiana Florence Nightingale (1820 - 1910) é considerada a fundadora da enfermagem moderna, tendo obtido projeção mundial depois de sua participação como voluntária na Guerra da Criméia, em 1854. Nightingale - de rica família cristã inglesa - rompeu o preconceito que existia em torno da participação da mulher no Exército. Falava francês, latim, italiano e alemão. Com o “Sistema Nigthingale”, estabeleceu as diretrizes e caminho para a enfermagem moderna. Seu nome figura na lista das 100 mulheres que marcaram a história mundial. Apelidada de "A Dama da Lamparina", por realizar rondas se utilizando deste instrumento para auxiliar soldados feridos à noite, tornou-se a primeira mulher a receber a Real Cruz Vermelha, em 1883. Em 1904, recebeu a Ordem de São João e em 1907, tornou-se a primeira mulher a receber a Ordem de Mérito. Florence Nightingale morreu em sua casa em Mayfair, Londres, em 13 de agosto de 1910, aos 90 anos de idade. Lendo sobre a participação de 67 enfermeiras brasileiras, na Segunda Guerra Mundial, para atuarem no cenário da guerra - ambiente essencialmente masculino - foi criado o Decreto-Lei nº 6097, de 13 de dezembro de 1943, com o “Quadro de Enfermeiras de Emergência da Reserva do Exército” (QEERE), cujas candidatas deveriam ser brasileiras natas, solteiras ou viúvas, com idade entre 22 e 45 anos.  As “voluntárias socorristas” receberam curso de três meses ministrado pela Cruz Vermelha Brasileira. Destaque para a Tenente Carlota Mello (1914 - 2020), heroína da Força Expedicionária Brasileira, em solo italiano. Carlota Mello trabalhou no Hospital do 5º Exército Americano, em Nápoles, socorrendo soldados feridos. Muitas enfermeiras do grupo compartilhavam o passado militar no sangue: eram filhas, netas ou sobrinhas de militares. Algumas descendiam de heróis da Guerra do Paraguai, como Aracy Sampaio, Lúcia Osório e Virgínia Portocarrero. Quando criança, isso nos anos 1960, brincando com o meu exército de tampinhas, aprendi que “guerras” não se ganham sem três coisas: retaguarda, logística e intendência. Mestre Sun Tzu em “A arte da guerra”, no capítulo das movimentações, nos alerta: “Aquele que por primeiro avaliar a distância do perto e do longe vencerá a guerra.”. 

João Scortecci