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A TRUPE PLURIAPTA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E OUTROS

Hoje, na FOLHA, sobre a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, o jornalista especial, Naief Haddad, escreveu: “Deodoro (Marechal Deodoro da Fonseca, 1827-1892) não tinha o perfil mais adequado, os demais líderes menos ainda. Também militar Floriano Peixoto era considerado 'radical'. Benjamin Constant, outro militar, era um homem dos livros, menos apto para insurreições. O fato de ser civil era um ponto negativo para Ruy Barbosa.” Aqui com os meus ossos: sobre Benjamin Constant, “homem dos livros, menos apto para insurreições”, e sobre Ruy Barbosa, “o fato de ser civil era um ponto negativo”, deixou-me perplexo e com “perplexitude”. O militar, engenheiro e escritor, Benjamin Constant (Benjamin Constant Botelho de Magalhães, 1836-1891), participou da Guerra do Paraguai (1865 -1870), de onde voltou, em setembro de 1867, por motivo de doença. As suas cartas escritas, sobretudo, para a esposa (Maria Joaquina Botelho de Magalhães) e o sogro (Cláudio Luís da Costa), nas quais critica duramente a direção da guerra em geral e, em especial, o Duque de Caxias, foram publicadas por Renato Lemos, no livro “Cartas da guerra: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai” (IPHAN e Museu Casa de Benjamin Constant), em 1999. Constant, adepto do Positivismo, cujas ideias difundiu entre a jovem oficialidade do Exército brasileiro, foi um dos principais articuladores do levante republicano de 1889. Foi Ministro da Guerra e, depois, Ministro da Instrução Pública. Quanto ao polímata Ruy Barbosa (Ruy Barbosa de Oliveira, 1849-1923), foi designado por Deodoro da Fonseca como representante do governo republicano e coautor - com Prudente de Morais - da Constituição da Primeira República. Ruy Barbosa atuou na defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. Sobre o que escreveu o jornalista Naief Haddad, confesso que discordo e não deixo de concordar, muito pelo contrário. Tenho, agora, dois outros textos na pauta do dia: sobre “Cartas da guerra: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai” e outro para saciar minha “perplexidez” sobre a quem pertence, de fato e de direito, a prática revolucionária ou golpista, do ato da “insurreição”, ou efeito de insurgir(-se), de sublevar(-se) contra a ordem estabelecida. Feito isso - talvez - escreva sobre o carniceiro ou “radical” Floriano Peixoto e o “Manifesto dos 13 generais”, que tinha por finalidade contestar a legitimidade do seu governo, após a renúncia de Deodoro e o início da “República da Espada”.

15.11.2021