Censo demográfico (conjunto dos dados estatísticos dos habitantes de uma cidade, província, estado, nação) é uma “operação censitária”. No Brasil, os censos são realizados desde 1872, planejados para execução com periodicidade decenal, nos anos de finais zero. Hoje, o censo responde a questões fundamentais de uma população que servem de base para a definição de políticas públicas em nível nacional, estadual e municipal. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é o órgão responsável por realizar o censo demográfico brasileiro desde 1940. O censo mais recente foi realizado no ano de 2010. Não houve censo em 2020, em decorrência da pandemia de COVID-19 e do corte de verbas previstas para a operação. Os recursos necessários para o censo (números para 2022) são da ordem de R$ 2 bilhões. É a única pesquisa em que se visitam todos os domicílios brasileiros, cerca de 58 milhões, nos 5.565 municípios do país. Trata-se de um trabalho gigantesco, que envolve cerca de 230 mil pessoas. No início desta semana, o Congresso brasileiro, aprovou verba de R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral de 2022, destinado às campanhas políticas. O montante aprovado é três vezes maior que o de 2018 - R$ 2 bilhões - que - no jogo das coincidências malignas - atenderia, com o pé nas costas, à realização do importantíssimo censo demográfico brasileiro. Na conta das diferenças ainda sobraria R$ 1,7 bilhões ou o suficiente para comprar 64 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. Sempre que faço “conta de desperdício”, lembro-me de Malba Tahan (Julio César de Mello e Souza) e seu livro “O Homem que Calculava” (1938, 90 edições) e suas aventuras de um singular calculista censitário.
17.07.2021
- Início
- Biografia
- Livros
- Críticas Literárias
- Consultoria
- Cursos e Palestras
- scortecci@gmail.com