Pesquisar

Na Linha do Cerol / Geraldo Pinto Rodrigues

João Scortecci já tinha experiência do fazer poético. Publicou, anteriormente, entre outros livros de versos, recebidos com boa orientação, A Morte e o Corpo, O Eu de Mim, Luanda.

Mas é inegável que este volume recém-editado é, até agora, a sua melhor proposta.

Reportando-se à infância em Fortaleza, faz de seu papagaio sua arraia nordestina, um mensageiro dos sentimentos de menino que enredaram a sua vida. Bastava a linha da pipa ganhar peso de barriga / ou vento forte / que o corte era certo e rápido / sem mercúrio cromo.

Se o corte da linha com cerol cortou seus vínculos com o Ceará, não decepou, porém, nem suprimiu sua ternura, seu brincar, lobinho da matilha amarela, ou escoteiro da patrulha Leão.

No escoar do tempo, reminiscências só, puras, cristalinas, emblemáticas.

Geraldo Pinto Rodrigues
Novembro de 1997