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Jorge Miguel Marinho

O escritor Jorge Miguel Marinho - que nos deixou essa semana - era reservado, quieto e um observador como poucos. Conhecemos-nos em 82, na Galeria Pinheiros (Teodoro Sampaio, 1704), em São Paulo. Estava reformando a loja de número 13, para ali implantar uma pequena livraria e o início do que viria a ser no futuro a Scortecci Editora. Jorge Marinho parou diante da loja e ficou observando o trabalho de pintura, vitrina e iluminação. Usava uma boina na cabeça e óculos de aros redondos. - O que vai ser aqui, perguntou. - Uma livraria e editora. Uma editora? Surpreendeu-se. - Sim, respondi. Estamos começando e a ideia é publicar livros de novos autores. Jorge Marinho sorriu e disse: que bacana. Eu sou escritor. Moro aqui no prédio em cima da galeria, explicou. Foi o inicio de uma longa e boa amizade. Sempre que podia dava o ar das graças na loja 13 e nos eventos literários promovidos pela Scortecci. Jorge Marinho era carioca, mas de coração paulistano. Vencedor de um Jabuti (Te dou a lua amanhã). Acompanhei de perto o crescimento de sua carreira literária e sucesso. Em uma entrevista em 2013 declarou: “se eu não escrever, não vivo bem”. Eu digo o mesmo. Isso explica a minha admiração pelo simpático amigo escritor da Rua Teodoro Sampaio.