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Das Coisas Recentes

Vou até lá e volto logo. De pronto, no automático. Isso foi um instante “novo” e muito recente, do agora. Rápido e incomum. Aconteceu e pronto, em um único espaço de existência. Agora - que tudo se foi - não adianta ter pressa! Nada que é recente acontece do passado. Seria um futuro? Foi assim no primeiro dia, depois e em todos os outros, também. Andei - por nada e a toa - listando as coisas do recente e pude então observar que não há razão nas brevidades do tempo. Não há segredos e algo se revela em cena. Não há surpresas e eu levo um susto dos cabelos. Apenas um silêncio. Isso existe? Não há o que temer e logo o suor gela os ossos do corpo. Eu disse que voltaria logo. Foi o que fiz. E isso - de ter voltado - pouco importa. Sou do acaso. Talvez andarilho. Do grito na boca das palavras miúdas, no aconchego do repente - ouço vozes - e no melhor das coisas: adormeço. Das horas. Eu e o relógio que adianta - por nada, por teimosia, por morte na parede do finito.